quinta-feira, 23 de março de 2017
Sr.Bocalarga
Durante minha infância minha família era como uma gota d'água em um vasto rio, nunca permanecia no mesmo local por muito tempo. Nós nos estabelecemos em Rhode Island quando eu tinha oito anos, e lá ficamos até eu ir para uma faculdade em Colorado Springs. A maioria das minhas memórias estão enraizadas em Rhode Island, mas há fragmentos do fundo do meu cérebro que pertencem a várias casas que vivemos quando eu era muito mais novo.
A maioria destas memórias são sem sentido e não são claras - perseguindo um outro garoto em um quintal em uma casa da Carolina do Norte, tentando construir uma jangada para flutuar no lago atrás do apartamento que alugamos na Pensilvânia, e por aí vai. Mas tem esse set de memórias que eu lembro claro como a água, como se tivesse acontecido ontem. Eu constantemente fico divagando se essas memórias não foram apenas sonhos lúcidos produzidos por uma um longa gripe que eu tive naquela primavera, mas no fundo do meu peito, eu sei que elas são reais.
Nós estávamos vivendo em uma casa nos arredores da metrópole de New Vineyard, Maine, população 643. Era uma estrutura larga, especialmente para uma família de três pessoas. Havia alguns quartos que eu nem sequer tinha entrado ainda nos cinco meses que morávamos lá. De certa forma era desperdício de espaço, mas era a única casa disponível no mercado naquela época, pelo menos era a uma hora de distância do trabalho de meu pai.
No dia depois do meu quinto aniversário (com a presença só de meus pais), eu fiquei com febre. O médico disse que eu tinha mononucleose, o que significava nada de brincadeiras pesadas e mais febre por pelo menos três semanas. Foi uma época horrível para ficar de cama - estávamos em processo de empacotamento de nossas coisas para nos mudar para Pensilvânia, e a maioria das minhas coisas já estavam empacotadas em caixas, deixando meu quarto vazio e desconfortável. Minha mãe me trazia Ginger Ale (N.T: Refrigerante local) e livros várias vezes por dia, e essas coisas tiveram a função de ser minha forma de entretenimento pelas próximas semanas. O tédio vinha toda vez me atormentar, esperando os momentos certos para me atingir e só piorar minha miséria.
Eu não me lembro exatamente como eu conheci Sr. Bocalarga. Eu acho que foi tipo uma semana depois de eu ter sido diagnosticado com mono. Minha primeira memória da pequena criatura foi perguntar para ele se ele tinha um nome. Ele me disse para chamá-lo de Sr. Bocalarga, porque sua boca era larga. De fato, tudo nele era largo em comparação ao corpo dele - a cabeça dele, olhos, orelhas pontudas - mas sua boca era de longe a mais larga.
"Você parece um Furby," Eu disse enquanto ele folhava um dos meus livros.
Sr. Bocalarga me deu um olhar curioso. "Furby? O que é um Furby?" ele perguntou.
Eu encolhi os ombros. "Você sabe... o brinquedo. O pequeno robô com grandes orelhas. Você pode criá-lo e dar comida como um bichinho de estimação de verdade."
"Ah." Sr. Bocalarga resmungou. "Você não precisa de uma desses. Eles não são a mesma coisa que ter amigos de verdade."
Eu lembro de Sr. Bocalarga desaparecendo todas as vezes que minha mãe vinha dar uma olhada em mim. "Eu me escondi debaixo de sua cama," ele explicou posteriormente. "Eu não quero que seus pais me vejam porque estou com medo que eles não nos deixem brincar juntos de novo."
Não fizemos muitas coisas nestes primeiros dias. Sr. Bocalarga apenas olhava meus livros, fascinado pelas histórias e figuras que eles continham. Na terceira ou quarta manhã depois de conhecê-lo, ele me saudou com um
largo sorriso no rosto. "Eu tenho um novo jogo que podemos jogar," ele disse. "Temos que esperar até depois que sua mãe vier te ver, porque ela não pode nos ver jogar. É um jogo secreto."
Depois que minha mãe me entregou mais livros e refrigerante, Sr. Bocalarga pulou de debaixo da cama e puxou minha mão. "Nós temos que ir no quarto no final do corredor," ele disse. Eu protestei de início, pois meus pais tinham me proibido de sair da cama sem a permissão deles, mas Sr. Bocalarga persistiu até eu ceder.
O quarto em questão não tinha móveis ou papel de parede. Seu único traço característico era a janela em frente a porta. Sr. Bocalarga disparou pelo quarto e abriu a janela com um puxão firme. Então ele me chamou para olhar o chão lá para baixo.
Nós estávamos no segundo andar da casa, mas era sobre uma colina, e por esse ângulo a queda foi mais longa do que o esperado devido a inclinação. "Eu quero brincar de fingir aqui em cima," Mr. Bocalarga explicou. "Eu finjo que tem um grande e fofo trampolim embaixo da janela. Se você fingir bem forte você quica de volta para cima bem alto. Eu quero que você tente."
Eu era um menino de cinco anos de idade e febril, então apenas um pouquinho de ceticismo passou pela minha mente enquanto eu olhava para baixo e considerava a possibilidade. "É uma queda longa". Eu disse.
"Mas isso é tudo parte da diversão. Não seria divertido se fosse uma queda curtinha. Se fosse assim você podia muito bem apenas pular de um trampolim normal."
Eu brincava com a ideia na minha cabeça, imaginando-me cair através do vento frio para então quicar em algo invisível aos olhos nus de volta no ar e voltar para a janela. Mas o realismo prevaleceu em mim. "Talvez outra hora," eu disse. " Eu não sei se tenho imaginação suficiente. Eu poderia me machucar."
O rosto de Sr. Bocalarga se contorceu em um rugido, mas apenas por uns segundos. A raiva sumiu para logo o desapontamento. "Se você diz..." ele disse. Ele passou o resto do dia debaixo da minha cama, quieto feito um ratinho.
Na manhã seguinte Sr. Bocalarga chegou segurando uma pequena caixa. "Eu quero te ensinar malabarismo," ele disse. "Aqui tem algumas coisas que você pode usar para praticar, antes de eu começar a te dar lições."
Eu olhei a caixa. Estava cheia de facas. "Meus pais vão me matar" Eu gritei, horrorizado que Sr. Bocalarga tinha trazido facas para meu quarto - objetos que meus pais nunca me permitiram tocar. "Eles vão me bater e me deixar de castigo por um ano!"
Sr. Bocalarga franziu a testa. "É divertido fazer malabarismo com isso. Eu quero tentar."
Eu empurrei a caixa para longe. "Não posso. Vou me meter em encrenca. Facas não são seguras para serem jogadas no ar."
O franzir de testa de Sr. Bocalarga se transformou em uma carranca. Ele pegou a caixa de facas e foi para debaixo da cama, e permaneceu lá o resto do dia. Eu comecei a pensar o quão frequente ele ficava abaixo de mim.
Eu comecei a ter problemas para dormir depois disso. Sr. Bocalarga me acordava com frequência a noite, dizendo que tinha colocado um trampolim de verdade debaixo da janela, um bem grande, que eu não conseguiria ver porque estava escuro. Eu sempre negava e tentava voltar a dormir, mas Sr. Bocalarga era persistente. Algumas vezes ele ficava ao meu lado até cedinho da manhã, encorajando-me a pular.
Ele não era mais tão legal para brincar.
Minha mãe entrou no quarto uma manhã e disse que eu tinha permissão para dar uma volta lá fora. Ela pensou que um pouco de ar fresco seria bom para mim, especialmente depois de ficar confinado no meu quarto por tanto tempo. Entusiasmado, ponho meus tênis e disparo para a porta dos fundos, gritando de alegria por sentir de novo o sol no meu rosto.
Sr. Bocalarga estava esperando por mim. "Eu tenho algo que quero que veja," ele disse. Eu devo ter olhado estranho para ele, pois em seguida ele disse, "É seguro, prometo."
Eu segui ele até o começo de uma trilha estreita que adentra a floresta atrás da casa. "Esse é um caminho importante," ele explicou. "Eu tenho muitos amigos da sua idade. Quando eles estão prontos, eu os levo adentro dessa trilha, para um lugar especial. Você não está pronto ainda, mas um dia, eu espero que esteja."
Eu voltei para casa, me perguntando que tipo de lugar poderia estar adentro da trilha.
Duas semanas depois de conhecer Sr. Bocalarga, a última demanda das nossas coisas estavam sendo colocadas em um caminhão de mudança. Eu estaria dentro da cabine daquele caminhão, sentado perto de meu pai pela longa viagem para a Pensilvânia. Eu considerei falar para o Sr. Bocalarga que eu estava indo embora, mas mesmo aos cinco anos de idade, eu estava começando a suspeitar que talvez a criatura tinha intenções não muito boas, considerando as coisas que ele tinha dito anteriormente. Por essa razão, eu decidi manter a partida em segredo.
Meu pai e eu estávamos no caminhão as 4 da manhã. Ele esperava chegar na Pensilvânia pela hora do almoço de amanhã, com a ajuda de um carga infinita de café e seis pacotes de bebidas energéticas. Ele parecia mais com um homem que ia correr uma maratona do que iria passar o dia todo sentado em um carro.
"Cedo suficiente para você?” ele perguntou.
Eu acenei e encostei minha cabeça contra o vidro, esperando dormir por algumas horas antes do sol nascer. Eu senti a mão de meu pai no meu ombro. "Essa é a última mudança, filho. Eu prometo. Eu sei que tem sido difícil para você, por ter estado tão doente. Assim que papai for promovido nós podemos sossegar e você pode fazer amigos."
Eu abri meus olhos assim que o carro começou a se mover. Eu vi a silhueta de Sr. Bocalarga na janela do meu quarto. Ele permaneceu de pé sem emoção nenhuma no rosto até que o caminhão pegasse a estrada principal. Ele acenou com a mãozinha pequena, com uma faca na mão. Não acenei de volta.
Anos depois, eu retornei para New Vineyard. O pedaço de terra que antes tinha minha casa estava vazio, exceto pelas fundações, pois a casa tinha queimado uns anos depois que minha família se mudou. Por curiosidade, eu segui a trilha estreita que Sr. Bocalarga tinha me mostrado. Parte de mim esperava que ele pulasse de trás de uma árvore me dando um puta susto, mas eu sentia que Sr. Bocalarga tinha ido embora, de alguma forma amarrado junto com a casa que não existia mais.
A trilha terminava no cemitério memorial de New Vineyard.
Eu notei que a maioria dos túmulos pertenciam a crianças.
quarta-feira, 22 de março de 2017
A fita amaldiçoada do Super Mario 64
Meu nome é Mike, hoje é meu aniversário de 20 anos, eu ganhei um Nintendo 64 novinho com The Legend of Zelda: Ocarina of Time, Mario Kart 64, 007 Golden Eye, Star Fox 64 e a fita do Game-Shark.
3 semanas e meia se passaram, eu fui á lojas e vendas de garagem comprar novos jogos, até que cheguei á uma venda de garagem onde tinha um moço estranho, perguntei á ele se ele tinha algum jogo bom de Nintendo 64 para me vender. Então ele colocou no chão uma grande caixa de papelão e disse pra mim que podia pegar quantos jogos quiser, no fundo da caixa, tinha uma fita que despertou meu interesse.
Era uma fita fosca, sem imagem, tinha apenas uma fita adesiva colada escrito com caneta vermelha permanente: ''Mario 64''. Levei ela, eu paguei a fita ao moço e fui correndo pra casa.
Joguei as outras fitas, até que chegou a vez da fita fosca. Tudo começou normal, ela tinha alguns bugs estranhos, vi que era velha, então não liguei.
No dia seguinte, entrei em uma save file, que não estava no jogo ontem? Quando entrei, ouvi uma voz saindo da TV dizendo: ''Boa escolha, Mike''. Pensei: ''Como sabe meu nome?''. No jogo, o Lakitu estava na frente da porta, ele disse pra mim: ''Mario, você não é mais bem-vindo aqui, vá embora!''. Não entedi porquê o Lakitu não me deixou entrar no castelo, então bati nele muitas vezes, no soco n45, ele disse: ''Já chega!, você está morto, Mario!''. Depois disso, ele bateu em mim, e o Mario morreu na hora, e em seguida o jogo travou.
Fui até á casa do moço no dia seguinte, para ele me explicar, mas encontrei na frente da casa dele um carro fúnebre. O vizinho dele me disse que o moço foi assassinado misteriosamente. Fiquei preocupado, pois aquele moço era a única pessoa que podia me explicar sobre aquela tal fita.
Joguei ela de volta, no mesmo save file. Mario estava dentro de uma sala, com um quadro branco, entrei nele, e então Mario apareceu em um lugar estranho, com uma escuridão grande. Em seguida, Mario caiu num poço, que o matou, o jogo travou por 3 minutos, em seguida apareçeu na TV uma imagem que nunca irá sair da minha mente.
Era uma imagem realista do Mario, ele estava coberto de sangue, com olhos brancos e na sua mão esquerda, estava a cabeça do moço que me vendeu a fita, Mario apontou pra mim, dizendo: ''Sua alma é minha agora, Mike''.
''Nota do detetive: O vizinho de Mike, John, viu um enorme flash vermelho sair da casa de Mike, acompanhado com o grito dele. John tentou abrir a porta da casa de Mike, mas algo estava segurando a porta, então John telefonou para a polícia. Os policiais arrombaram a porta, as lampadas da casa dele se queimaram, tudo estava queimado, Mike havia sumido. Ele nunca mais foi visto e nós nunca conseguimos achar o corpo dele, ele continua sumido, até hoje.
segunda-feira, 20 de março de 2017
Teoria do purgatório de Du, Dudu e Edu
Nem sempre eu tinha estado aqui. Mas o bairro sim. Mesmo antes de ser um bairro , esta terra ja estava aqui. Aqui para aqueles que se perderam nessa terra amaldiçoada, aqui para aqueles que morrem muito antes de sua vida real realmente começar, aqui para aqueles que nunca quiseram realmente crescer. Viemos de diferentes épocas e viemos de vidas diferentes, mas uma coisa permanece verdadeira de todos nós. Vivemos nos limites das terras do bairro, e em algum momento de nossas vidas e morremos muito antes de nosso tempo correto.
Não nos lembramos muito de nossas vidas no mundo dos vivos desde que o último membro do nosso grupo se juntou a nós e, certamente, não nos lembraremos agora, quando o próximo espírito vier, mas aqui está o que sabemos: Rolf foi o primeiro a chegar. Ao contrário da maioria de nós ele nasceu em terras distantes e até mesmo na vida após a morte não perdeu o toque de sua educação do mundo antigo. Ele já morava no bairro antes mesmo dele se desenvolver. Filho de um pastor, ele e o resto de sua família vieram para começar uma fazenda nas terras que em breve se transformariam em um lugar que todos nós, eventualmente, residiriamos.
Ele morreu em 1903. Enquanto prendia os animais da família, o touro se soltou de sua cerca ,e, em meio aos esforços de Rolf para parar a besta, ele foi pisoteado até a morte. É por isso mesmo que ele trouxe muitos animais de sua família junto de seu espírito, ele optou por não trazer os gado junto. Ele continua a seguir com os negócios da fazenda em uma agenda diária, porém é mais que feliz em, ocasionalmente, negligenciá-los para brincar com as outras crianças do bairro.
Jonny foi sempre a criança solitária. Na verdade, Rolf tornou-se seu primeiro amigo humano que ele nunca teve antes dele vir para a vizinhança após sua morte. Seus pais se mudaram para o terreno da antiga fazenda de Rolf, não muito tempo depois da morte do mesmo. Sem outras crianças ao redor e nenhum trabalho no campo para ocupar seu tempo como fezia Rolf, Jonny então fez um prolongamento de sua mente, em grande escala. A partir disso, Planck nasceu. Juntos, eles andavam para todos os cantos, subiam em árvores e se metiam em encrencas. Infelizmente, isso não durou para sempre, alguns anos mais tarde Jonny tornou-se acamado por uma doença. Em 1922, ele morreu após uma longa batalha contra a tuberculose. Ele viu Plank, seu unico amigo imaginário de pé por ele até o último suspiro. Até mesmo agora, em sua vida após a morte, sem estar no campo para brincar, Jonny ainda desperdiça muito de seu tempo brincando nos quintais e ruas, junto a Plank.
Edu foi o próximo a vir. Edu nasceu em Nova York, mas se mudou para o bairro em 1932, quando a Grande Depressão estava em pleno andamento. O bairro ainda diferente, começando a tomar forma a partir dos campos de seu passado, com as famílias que se mudaram para lá começaram a dividir as terras que haviam pertencido à família de Rolf. Sempre esperto, Edu buscou fazer qualquer coisa para trazer um pouco de conforto para sua vida familiar muito simploria, mesmo que isso lhe custasse a amizade dos outros. Edu morreu em 1939 depois de um de seus grandes planos para uma seiva milagrosa saiu pela culatra. Ele se afogou tentando atravessar o rio local depois de tentar fugir das crianças irritadas que ele tinha tentado enganar. Mesmo em vida após a morte, ele continua correndo atrás do todo-poderoso dólar.
Sarah e Du se uniram não muito tempo depois disso. Até o final dos anos 40 o bairro já tinha quase tomado sua forma final com um dos desenvolvimento pré-planejados, que se tornou popular na era pós-guerra. Como irmão e irmã crescendo em meio ao caos da Segunda Guerra Mundial, ambos tomaram formas distintas de escapar suas vidas, eram filhos de um soldado morto e uma mãe trabalhadora. Sarah se tornou controladora e agressiva, ela procurou se certificar de que todos ao seu redor sabiam que ela estava no comando, tudo na tentativa de copiar sua visão da ideia que tinha da sua mãe muitas vezes trabalhando, somente sendo docil quando via alguem visivelmente mais fraco que ela, o que via quando sua mãe cuidava dela em raras ocasiões. Du, por outro lado reagiu a isso de uma maneira diferente. Ele simplesmente desligou-se por completo, na verdade, ele fechou a quase tudo e todos no mundo todo se tornando o que parecia ser um completo idiota. Du preferiu tornar-se completamente envolvido nos filmes de monstros e histórias em quadrinhos que começaram a aparecer depois que a guerra tinha terminado. Não foi muito tempo depois disso, 1953, que Du e Sarah morrerram em um acidente de carro enquanto a mãe estava levando-os a visitar seus avós.
Nazz chegou um tempo depois dos irmãos. Nazz era uma criança-flor, nascida de um par de hippies no estabelecimento, ao final dos anos 60. Ela era uma menina naturalmente bonita que sempre teve jeito com meninos e homens. Ela viveu a vida por capricho e muitas vezes flertava e jogava sem qualquer intenção real. Ela morreu possivelmente na forma mais terrível que todas as crianças do bairro. No verão de 79 um serial killer, que havia fugido do asilo local, tinha invadido sua casa na calada da noite, estuprou e matou a menina, juntamente com toda a sua família. No trauma desses eventos ela, de uma forma semelhante a de Du, isolou-se do mundo, se esqueceu completamente de seus pais e irmãos, o que é por isso que em vida após a morte, ela nunca recebe ordens dos pais inexistentes ao contrário de muitos outros . Isto dá-lhe mais tempo para descansar e festejar como muitas vezes ela faz.
Não demorou muito tempo antes de Dudu juntar-se ao resto do bairro. Ele era o filho de dois pais altamente controladores que, apesar de sua ausência constante, dominavam a vida do filho. Assim, Dudu tornou-se bastante o intelectual, uma figura bastante afavel e tímida. Sempre o tipo curioso, gostava de fazer experimentos quando estava longe da escola e das tarefas constantes de seus pais. Isso levaria a sua morte prematura em 1986, com um vazamento de gás combinado com um bico de Bunsen em um de seus experimentos explodiu ele e sua casa em pedaços. Sendo o tipo tímido e subserviente, entre várias desventuras, Dudu continuou a seguir as ordens escritas de seus pais muito tempo depois de sua morte.
Kevin foi o próximo a se juntar ao grupo. Ele nasceu no mesmo dia da morte de Dudu e é, em muitos aspectos, o seu oposto. Kevin veio de um lar desfeito e desenvolveu uma personalidade ousada e rebelde. Em vida, ele era o cínico e irritado e tirou sarro de muitas das outras crianças. Seu pai abusivo raramente lhe dava qualquer atenção na vida e isso acabaria por provocar o fim de tudo. Num acesso de raiva, bêbado, seu pai o atacou depois que Kevin tentou enfrentá-lo para defender-se. Ele morreu no caminho para o hospital, no inverno de 1999. Seu pai passou o resto de sua vida na prisão. Na vida após a morte Kevin mudou sua percepção para o oposto do que a sua vida realmente era, com um pai distante mas que iria banhá-lo com presentes tentando comprar-lhe o carinho, no entanto, ele continuou a manter suas provocações até mesmo em morte.
Jimmy foi o último a vir para o bairro. Ele morreu em 2000, não muito tempo depois de se mudar para a casa que o pai de Kevin tinha vivido uma vez. Ele tinha leucemia desde que mal tinha idade suficiente para andar. Como tal, ele sempre foi uma criança muito doente e devido a seus pais e a protecção ele nunca chegou a estar em torno de outras crianças. Ele viveu seus dias em um pequeno quarto completamente negligenciado pelo mundo exterior, cercado por bichos de pelucia e brinquedos os quais não podia ferir-se. Jimmy permaneceu por algum tempo em um estado de quase morte, mas, no final, finalmente cedeu ao sofrimento de sua longa doença em vida, para em morte não ser mais uma criança tão doente, porém, ainda sem possuir habilidades para fazer muitos amigos, preferindo ficar ao lado de Sarah, pois ela, como sua mãe, lhe oferecia proteção e segurança.
As irmãs Kanker eram diferentes de quaisquer outros habitantes do bairro, tendo inclusive até a moradia em lugar separado. Elas nunca foram do plano da existência terrena. Em vez disso, elas são filhas de demônios não muito diferente do Succubae de lore humano. Eles parecem possuir habilidades impossíveis para os padrões dos outros, tais como a capacidade de aparecer quase em qualquer lugar instantaneamente. Eles foram enviadas do inferno para atormentar as almas já torturados do bairro. Surpreendentemente, elas são atraídas pelos o Dus, por razões desconhecidas, embora especula-se que eles são os membros mais fracos do bairro e são vistos como alvos fáceis por elas, além de não terem a proteção do restante dos habitantes da vizinhança. Apesar de que elas são universalmente odiadas e muitas vezes temidas por todos, incluindo os Dus.
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É desconhecido o Autor dessa teoria
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sexta-feira, 17 de março de 2017
7 Portões do Inferno
Alguns dizem que em uma certa noite do ano, se você passar sete portas pretas você verá os sete portões do inferno. Eu pensei que era um mito no início, até que eu tentei. Passei sete portas pretas em torno de meu bairro, então quando eu fui dormir, meus sonhos estavam em um fogo furioso. Então ele parou. Havia um homem, alto e forte, seus olhos piscavam bastante, o que mostra que ele está velho, e as pernas e as mãos eram finos e parecia que ele mal conseguia suportar seu peso, ele falou. Ele falou com um tom áspero e terrível. Ele disse: " Emoclew ot eht neves Setag fo lleh ". Ele riu e abriu o portão. Meu corpo todo ficou dormente. Eu me movia por vontade própria eu não podia lutar contra isso. Lutar não funcionou. Eu desisti de tentar combatê-lo. Sem controle, fui passando o primeiro portão.
Portão 1 - Eu vi fogo mostrando os cadáveres que foram horrivelmente mutilados, profanados e queimados. Eles estavam chorando tão alto que eu não conseguia ouvir a crepitação do fogo. Um veio até mim. Com um olho e furos de balas por todo o corpo. Ele disse: " Nós somos os cadáveres profanados que não receberam um enterro apropriado. Temos que ficar aqui até o dia do julgamento . " Passei por ele, e fui para o segundo portão. Foi em um edifício.
Portão 2 - Eu estava em um calabouço. Havia pessoas amarradas. Gritando de dor. Um estava sendo serrado ao meio de forma muito lenta e seu corpo continuava a se curar pronto para ser serrado novamente. Um deles foi jogado em um lugar com a porta sendo fechada. Quando a abri o corpo parecia tão normal como sempre. Um homem usando uma máscara de um carrasco me disse: " Nós somos os torturadores, torturados pelos nossos próprios meios. " Eu fui atrás dele até a saída, e andei até o terceiro portão.
Portão 3 - Desta vez eu estava em uma floresta. Estava tudo em silêncio, exceto por alguns gritos. Havia um homem pendurado em uma corda. Outro caiu de um penhasco, reapareceu e caiu novamente. Eu estava correndo. Olhei para trás e o que eu vi foi uma mulher terrivelmente queimada correndo atrás de mim. Eu já sabia o que isso era. Estas foram as pessoas que cometeram suicídio. Corri para o quarto portão. Foi em um palácio.
Portão 4 - Eu estava lá. Vi imperadores, políticos, e pessoas realmente ricas. Um imperador estava sendo roído por leões. Quando o leão arrancou um osso, o quebrou nos dentes. Um político estava sendo espancado pelo que parecia ser sombras de prisioneiros. Um homem em um terno veio até mim e disse: " Nós somos o povo corrompido. As pessoas que usaram nosso alcance para ajudar a nós mesmos e não as pessoas. " Eu andei até o próximo portão, o quinto .
Portão 5 - Eu estava em outra sala. Havia um homem amarrado em uma cama amarrada por chicotes de couro espetado flutuante. A mulher estava sendo queimada por um mais leve, mas seus gritos foram abafados por um pano que foi usado como uma mordaça . Um homem bastante grande veio até mim e disse: " Nós somos os estupradores e os agressores sexuais, pagando por nossos crimes na Terra. " Eu corri para o portão 6 .
Portão 6 - Eu estava em um quarto novo. Eu vi um homem e uma mulher, sendo esfaqueados, curando suas feridas quase que imediatamente. Outra pessoa estava sendo enterrada viva. E outro a ser atingido e espetado com uma barra de metal flutuante. Eu sabia quem eram, eles eram as pessoas que estão sendo mortas do jeito que matou suas vítimas. A saída foi o sétimo portão. "O final. Este pesadelo está quase no fim. Está quase no fim " eu disse para mim mesmo.
Portão 7 - Eu estava do lado de fora. Havia um homem vestindo um manto sobre a cabeça coberta com explosivos. Ele explodiu, regenerou-se, e explodiu novamente. Outro estava sendo espancado, esfaqueado por objetos de metal pontiagudos e queimados por tochas, isqueiros e fósforos. Eles foram detidos por pessoas que pareciam sombras. Um deles veio até mim e disse: "Eles são os assassinos em massa, os terroristas e homens-bomba . Eu sou a sombra de uma de suas vítimas e vim espancá-lo e me vingar pela morte de nós na terra. " Eu corri para a saída.
Quando acordei de manhã eu fiquei terrivelmente assustado. As imagens que eu vi passaram pela minha cabeça. Na verdade isso era tudo o que eu estava pensando durante todo o ano. Tornou-se dia novamente, não tive coragem de ir lá fora à noite. Eu só fui para a cama. Levei um tempo para dormir. Quando eu o fiz eu estava na frente do primeiro portão do inferno. Havia mais alguém lá não era um adolescente como eu. Ele estava olhando para mim. Ele ficou chocado ao me ver. Meu corpo, em seguida, tornou-se dormente. Eu não conseguia me controlar de novo. Eu disse a ele com um tom de terrível arranhado. " Emoclew ot eht neves Setag fo lleh ". Eu ri e abri a porta para ele. Depois que ele entrou com uma expressão que parecia que ele estava lutando contra algo e lutando. Olhei para mim mesmo em uma taça cheia com o que parecia ser sangue. Vi o porteiro . Eu me tornei o porteiro. Na verdade eu sou o porteiro.
quinta-feira, 16 de março de 2017
Choke.exe
Uhh... Eu não tenho muita certeza de por onde começar...
Há três semanas
As últimas semanas têm sido muito duras para mim. Eu perdi minha mãe na última primavera para o câncer, o que causou muita tristeza na minha família. No entanto, o meu pai que recebeu isso da pior maneira. Ele nunca foi o mesmo depois da morte da mamãe. Ele se trancava em sua casa, sozinho, distante do resto do mundo. Dustanciando-se de mim. Era estranho. Ao longo de toda a sua vida e da minha vida, ele sempre foi tão extrovertido. Minha mãe, minha irmã e eu éramos tudo o que ele tinha. Mas agora que minha irmã mais velha tinha crescido, ela se casou e se mudou para uma cidade proxima, acho que tudo o que ele tem agora sou eu.
Há duas semanas
Eu recebi um telefonema enquanto eu estava no 4Chan, lendo uma daquelas pastas com comentários do tipo "você ri, você perde" em destaque. Ugh, O que aconteceu com o Conteudo oirgi-Oh, certo, voltando ao assunto.
Tendo meu monitor na minha frente por horas em um silêncio mortal, eu tivesse sido pego fora de guarda quando meu ringtone, "Belive or not", de Joey Scarbury, saiu pelos alto-falantes do meu celular. Eu quase cai da cadeira. Peguei meu celular, e verifiquei o identificador de chamadas.
A chamada era do hospital local, me ligando para me dizer que o meu pai tinha se suicidado.
Há uma semana
Minha irmã veio para o funeral. Foi bom vê-la novamente depois de todos esses anos, mesmo que fosse em circunstâncias adversas. Ela não trouxe aquele babaca do marido dela com ela, ponto positivo. Nós nos abraçamos bastante, conversamos sobre o falecido por um tempo, ainda que desejassemos que aquilo não tivesse ocorrido, e então ela tomou seu caminho.
A casa do meu pai e todo o conteúdo que havia lá, foram dados a mim. Não era nem necessario dizer que isso foi uma melhora e tanto se comparado ao meu apartamento de um quarto. Eu decidi ir bisbilhotar em minha nova casa no dia seguinte, talvez limpar o lugar um pouco. Honestamente, eu não tinha idéia do que eu iria encontrar lá dentro. Pelo que sei, ele tinha perdido todo o senso comum após a morte da minha mãe. Eu meio que esperava ver sujeira manchando todas as paredes, mobilia destruída, coisas do tipo.
Eu já estava na porta da frente. Quando agarrarei a maçaneta da porta, uma sensação quase que imediata de medo se apoderou do meu corpo. Eu gelei. A idéia de estar na mesma sala a qual meu pai se enforcou em não era das melhores. Eu balancei minha cabeça e engoli meus sentimentos perturbadores. Respirei fundo, me preparando para isso. Fechei os olhos e abri a porta...
A porta da frente me levava a um corredor que se dividia em duas direções. Na minha frente havia uma porta, que leva para o banheiro. A porta direita era a que levava a sala de estar. Esperando o pior, virei para a direita... Para minha surpresa tudo estava em bom estado. Curioso, fiz a varredura da área. Havia alguns sofás em torno de um aparelho de televisão antigo. Meu pai nunca tinha dado muita importancia á tecnologia. O que chamou a minha atenção, porém, foi a grande lareira perto da poltrona. Eu não lembrava disso lá. Se bem que eu só estive na casa de umas 3 ou 4 vezes antes, mas eu me lembro, isto não estava aqui antes. Agora, a lareira não é exatamente o que me chamou a atenção. Era o que estava em cima dela.
Era um grande retrato pintado e emoldurado de minha mãe, rodeado de velas. Parecia um pouco torto. Ela tinha um sorriso estranho no rosto, como se dissesse: "Eu sei algo que você não sabe" Mais uma vez, senti aquela sensação estranha no corpo. Eu realmente me senti que eu não deveria estar naquela casa. Mas sendo o idiota que eu sou, decidi ficar por ali por mais algum tempo. Me aventurando na cozinha, eu bisbilhotavatudo. Os armários estavam cheios de conjuntos de pratos que pareciam novos, e a geladeira estava cheia de nada mais que cerveja e água. Coisa do meu bom e velho pai.
Um pensamento passou pela minha cabeça. Eu deveria verificar o quarto principal, o quarto onde meu pai havia se enforcado. Eu empurrei para dentro todos os sentimentos incertos que eu tinha, e comecei a ir em direção á parte de trás da casa. A porta do quarto do meu pai estava ligeiramente aberta. As voltas no meu estômago foram aumentando, eu lentamente empurrei a porta entreaberta. As dobradiças deixaram passar um rangido alto. Eu não tinha idéia de por que eu estava tão intranquilo em relação a isso. Tentei me convencer de que eu era a única pessoa na casa, o que foi dificil. As borboletas no meu estômago se recusaram a irem embora.
O quarto do casal era normal. Tudo parecia limpo, eu dei alguns passos, enquanto visualisava a área. Havia uma mesa de cabeceira do lado direito da cama, descansando em cima dela, seus óculos, aparentemente intocado. Ele nunca gostou de usá-los, dizia que o fazia parecer um boboca. Ao lado esquerdo do quarto havia uma porta. Alguma coisa, eu não sei o quê parecia me chamar para essa porta. Eu queria abrir. Não. Eu tinha que abri-la.
Caminhando até a porta, me mantive com a certeza de ficar quieto. Mais uma vez, não me pergunte o porquê disso. Eu só sentia como se eu estivesse perturbando algo se eu fizesse barulho. Mordi o lábio inferior enquanto colocava a mão na maçaneta. Eu estava tremendo por antecipação. Fechei os olhos, fiz a contagem regressiva de três, dois...,um, e rapidamente abri o armário...
Casacos. Montes de casacos. Algumas calças e sapatos também. Era um closet enorme, mas comum. Eu suspiro, aliviado, mas secretamente levemente desapontado.. até que eu vi. Algo brilhando no chão. Ajoelhei-me, mudei algumas caixas de sapatos fora do lugar. Era uma alça de bronze, aparafusada no chão. Eu também tinha notado um vinco no chão acarpetado. Era uma pequena escotilha, levando para o porão. Meu coração disparou. O que poderia estar lá?
Meu desejo por aventuras tinha começado a tomar o melhor de mim. Sem pensar, peguei a alça de bronze e abri a escotilha aberta. Olhei para dentro. Estava escuro. Todos os meus instintos iam contra o que eu estava prestes a fazer, mas eu os ignorava completamente.
Pulei para baixo.
Felizmente, não era tão alto. Eu seria capaz de me puxar para fora se for necessário. O porão era escuro, e extremamente empoeirado. Procurei no meu bolso e tirei meu isqueiro. Levei algumas tentativas, mas finalmente conseguiu uma chama constante para iluminar pequena parte da sala. Foi quando eu vi a última coisa que eu esperaria ver no porão da casa de meu pai. Um computador. Ali à beira do quarto havia uma pequena mesa, teclado, mouse e monitor. Uma dessas cadeiras brancas de plástico foi empurrada na direção da mesa.
Curioso, fui até o local. O computador parecia novo, como se nunca tivesse sido usado. Isso não poderia ser do meu pai. Por que ele teria um bom equipamento como este no porão? Puxei a cadeira da mesa, e me sentei em frente ao monitor. Eu cruzei meus dedos, inclinei-me tentando iniciar o computador. Eureka, funcionou. O logotipo de inicialização do Windows 7, apareceu na tela. Mais uma vez, me parece estranho que o meu pai fosse dono de um computador bom, e caro. O computador me pediu para selecionar um usuário. Havia apenas um disponivel.
"DECEPÇÃO"
Um calafrio percorreu minha espinha. Decepção? Por que ele iria nomear seu perfil assim? Eu cliquei nele. Ele me pediu a senha. Eu sorri, e digitei "Cheyenne". O nome da minha mãe. Eu chutei na verdade, mas deu certo. Eu virei minha cabeça para os lados. Alguma coisa estava errada. O papel de parede da tela de fundo era preto opaco. Não havia a barra de inicio, e havia apenas um ícone. Que estava meio da tela, um único arquivo, um executável.
"Choke.exe"
Minhas mãos tremiam. Eu não tinha idéia do que estava fazendo ali, por que eu tinha ido ali, em primeiro lugar. Eu queria voltar, voltar para o conforto do meu apartamento. Mas a curiosidade não me deixou pensar. Eu não conseguia me controlar. Era quase como se fosse contra a minha vontade. Levei o cursor sobre o ícone, e cliquei duas vezes.
A tela piscou. Eu percebi que havia algo errado com o cabo do computador. Coloquei a mão por trás da máquina, sentindo os fios.
Impossível. Nada estava plugado.
O computador zumbiu de forma aguda, quase como se estivesse mesmo trabalhando muito duro por conta propria. Tons de azul, vermelho e verde encendiaram e apagaram a tela. O barulho do computador se tornava cada vez mais alto, saindo com a vida das caixas de som, aumentando a intensidade a cada segundo. De repente, tudo ficou em silêncio de novo. Eu encarei a tela. Tinha um ponto vermelho embaixo das palavras, bem no meio, simplesmente afirmando,
"DECEPÇÃO."
Meu coração estava batendo como um louco no meu peito. Tudo havia chegado a um impasse. Eu relaxei, por o que pareciam ser segundos. Até que eu ouvi. O som de uma respiração pesada, e passos se aproximando atrás de mim, chegando mais perto. Eu me recusava olhar para qualquer coisa que não fosse o monitor do computador. Os passos pararam. Quem, ou o que estava atrás de mim, ele se inclinou. Sua boca estava bem próximo ao meu ouvido.
Eu ouvi um sussurro de voz familiar,
"...Enforcar..."
Com muita força, uma corda foi enrolada no meu pescoço. Eu gritei, mais alto que pude. A corda estava apertada no meu pescoço, eu estava sendo puxado para trás da cadeira. Eu já não conseguia respirar. Meu pescoço estava dolorido. Minha visão começou lentamente a desaparecer devido à falta de oxigênio, tudo estava ficando preto. Eu ia morrer. Eu me engasguei, e arranhei meu pescoço. Não lembro de como eu fiz isso, mas eu consegui escapar, de alguma forma... Quando dei por mim já não estava no porão.
Não havia nada lá.
Eu estava de quatro, tentando recuperar a folego. Minha visão voltou, cambalei um pouco ao redor, tentando me recuperar do que havia acontecido a pouco. Eu estava na sala outra vez, no mesmo lugar, em frente a lareira. E olhando para mim estava ali o retrato da minha mãe, olhando para mim com aquele mesmo sorriso de antes.
Atualmente
Enquanto eu me sento aqui, escrevendo isso, no meu sujo e velho apartamento de um só quarto, eu posso dizer honestamente,
"Não há lugar como o lar."
Eu não tenho idéia do que diabos aconteceu na casa do meu pai.
E honestamente? Eu não quero mais saber.
Tudo o que eu tenho certeza, é que eu nunca vou pôr os pés naquela casa novamente.
segunda-feira, 13 de março de 2017
Tique Toby - O Início
Parece que há um longo caminho adiante, até chegar em casa. A estrada parece que não para de se estender a frente do veículo. A luz do farol do carro brilha através dos ramos das altas árvores verdes, e de vez em quando, ofensivamente refletindo a luz em seus olhos.
O ambiente estava cheio de árvores verdes profundas, formando uma floresta em torno da estrada. O único som era do motor do carro. Um som tranquilo que deixava um sentimento sereno.
Embora o passeio parecia estar indo bem, os dois passageiros estavam com um pouco de medo.
A mulher de meia-idade atrás do volante tinha o cabelo curto e castanho que combinam perfeitamente com seu rosto. Ela usava uma camiseta verde de gola no formato V e uma calça masculina. Brincos de diamantes decorado em cada uma de suas orelhas, que estavam bem discretos por causa do seu corte de cabelo que os cobriam. Ela tinha os olhos profundamente verdes da mesma intensidade de sua camisa, e a iluminação parecia torná-los mais visíveis. Embora ela estivesse sempre sorrindo, sua expressão facial era sombria e triste.
De vez em quando ela olha pelo espelho retrovisor para certificar seu filho no banco de trás, que estava parcialmente debruçado sobre seus próprios braços, e sua cabeça encostada contra a janela fria.
O menino não tinha uma aparência normal, qualquer um a primeira vista poderia notar que ele tem algo suavemente errado. Seu cabelo castanho bagunçado para todos os lados, e sua pele pálida, quase cinza. Muito diferente de sua mãe, seus olhos eram escuros, e ele usava uma camisa longa e branca que o hospital onde ele estava fornecei pra ele. As roupas que ele estava usando antes, estavam muito rasgadas e com várias manchas sangue, essa roupa realmente não poderia ser mais usadas.
No lado direito de seu rosto é possível ver alguns cortes juntamente a divisão de suas sobrancelhas. Seu braço direito estava enfaixado do pulso ao ombro, devido a estilhaços de vidros que atingiu seu braço.
Seus ferimentos pareciam ser doloroso, quando na verdade ele não conseguia sentir nada. Ele nunca pode sentir nada. Essa é apenas uma das glórias sobre ele. Quando pequeno ele sofreu de uma rara doença que o levou a ser completamente insensível diante da dor. Ele nunca sequer chorou com algum machucado. Ele poderia ter perdido um braço e que não sentiria nada. Pode até parecer legal, mas devido a isso ele sofria transtorno psicológico, ele recebeu vários apelidos insultantes em curto espaço de tempo quando ele frequentava o primário, antes dele ser transferido para a um centro de tratamento devido a sua síndrome de Tourette, que levava ele a ter tique nervosos de maneira que ele não podia controlar. Ele iria acabar quebrando seu próprio pescoço se continuasse se contorcendo incontrolavelmente com esses tique nervosos. As crianças que o provocavam chamando ele de Tique-Toby zombando dos seus espasmos exagerados. Então ele também começou a ter aulas particulares. Era muito difícil para ele estar em um ambiente de aprendizagem normal com crianças o perturbando.
Toby olhou fixamente para fora da janela do carro, seu rosto estava inexpressivo.
Toby Rogers era o nome do menino. E a última vez Toby se lembrava de ter andado de carro, foi quando aconteceu um acidente horrível.
Ele não se lembra de muita coisa. Inconscientemente as mesmas cenas se repetia na sua mente antes de desmaiar outra vez. Toby tinha sido o sortudo, enquanto sua irmã, ela não teve tanta sorte. Quando ele começou a pensar em sua irmã mais velha, e que ele não podia voltar no tempo para ajudá-la, seus olhos começam a lacrimejar. As memórias horríveis repetia em sua mente. As memorias dele abrindo seus olhos e vendo sua irmã gritando de dor, seu corpo meio esmagada pelo carro, Toby estava pressionado contra o Air Bag do carro, sua testa perfurada de cacos de vidros e suas pernas e quadris imóveis.
Esta foi a última coisa que ele se lembrava de sua irmã mais velha querida.
O caminho para casa continuou parecendo durar uma eternidade. A viagem estava demorando por que sua mãe estava fazendo um caminho diferente para evitar passar na estrada onde aconteceu aquele acidente.
Finalmente o carro chegou no bairro de sua casa, e ambos estavam mais do que pronto para sair do carro e voltar para sua própria casa.
Era um bairro mais antigo, com casinhas pitorescas, todas próximas umas das outras.
O carro passou em frente a uma pequena casa azul, com vidros das janelas brancas.
Ambos rapidamente reconheceram o veículo velho que estava estacionado na frente daquela casa, também reconheceram o homem que estava parado na porta.
Toby sentiu raiva e frustração automática ao reconhecer seu pai. Seu pai, que não estava nos momentos que ele mais precisava.
Sua mãe estacionou o carro na garagem ao lado da casa, ela desligou o motor e se preparava para sair do carro e enfrentar o marido.
- Por que ele está aqui? - Toby disse calmamente enquanto ele olhava para sua mãe, que chegou a abrir a porta do carro.
- Ele é seu pai Toby, ele está aqui porque quer te ver - Sua mãe respondeu com uma voz monótona.
- Porque ele quer me ver? Porque ele não foi me ver no hospital? Porque ele não foi ver minha irmã Lyra antes de morrer - Toby estreitou os olhos para fora da janela.
- Ele estava bêbado naquela noite querido, ele não podia dirigir –
- Ah Sim, ele está sempre bêbado! - Toby abriu a porta antes de sua mãe e saiu cambaleando na calçada, Toby entrou na casa ignorando seu pai que estava de cabeça baixa, seu pais estava com uma expressão triste, se sentindo culpado com o que aconteceu.
Seu pai abriu os braços, esperando um abraço de sua esposa, mas ela também o ignorou, passando reto pra dentro da casa apoiando seu filho para que ele pudesse caminhar sem cambalear.
- Connie - o marido começou a dizer com uma voz rouca: "Eu não ganho nenhum abraço de boas-vindas né?"
Ela ignorou as palavras desagradáveis do seu marido e continuo caminhado com seu filho apoiado em seus braços.
- Ei, ele já tem 16 anos ele já sabe andar sozinho", disse o pai, seguindo eles dentro de casa.
- Ele tem 17 anos – Disse sua esposa Connie - Toby, por que não vai para seu quarto descansar um pouco? Quando o jantar estiver pronto eu levo pra você.
- Não, eu já tenho 16 anos e eu posso sozinho mãe - disse Toby, sarcasticamente, olhando revoltado para seu pai, ele subiu as escadas para seu quarto, onde ele bateu a porta com violência.
Seu pequeno quarto não tinha muita coisa nele. Apenas uma pequena cama, uma cômoda, uma janela e nas paredes tinham algumas fotos emolduradas de sua família, quando eles ainda eram uma família, antes que seu pai se tornasse alcoólatra e começasse a agir com violência para o resto de sua família. Toby se lembrou de quando ele estava discutindo com sua mãe e ele agarrou ela pelos cabelos e a empurrou para o chão, e quando sua irmã Lyra tentou segura-lo, ele também empurrou e ela fazendo-a bater as costas para no canto do balcão da cozinha. Toby nunca poderia perdoá-lo pelo que ele fez com sua mãe e irmã. Nunca.
Toby estava perto da janela e olhando para a rua. Ele podia jurar que ele via alguns vultos no canto do olho, mas também pensava que era coisa de sua cabeça depois de ter tomado várias medicações a pouco tempo.
Sua mãe o chamou para descer e jantar, Toby desceu as escadas rapidamente, sentou-se à mesa bem de frente a seu pai, do seu lado esquerdo sua mãe estava sentada e do lado direito uma cadeira vazia a qual antes sua irmã ocupava.
A comida estava servida na mesa, uma maravilhoso banquete, mas Toby se recusou a comer. Ele apenas observava seu pai com um olhar vazio. Ele também encarava Toby e desviava seu olhar para seu prato, que ele ao menos tocou. Então ele se retirou da mesa e voltou para seu quarto.
Toby deitou-se em sua cama, ele puxou as cobertas sobre a cabeça e olhou para janela. Ele estava cansado, mas de maneira alguma ele conseguia dormir. Ele não podia, não havia muito o que pensar. Ele não sabia se deveria fazer como sua mãe e perdoar por suas ações ou continuar guardando rancor com seu ódio fervente.
Ele ouviu o som da porta sendo aberta, sua mãe caminhou para cama dele sentou-se ao lado onde ele estava deitado, ela estendeu a mão e esfregou em suas costas.
- Eu sei que é difícil Toby, mas confie em mim, eu te entendo, mas eu prometo que tudo vai melhorar - disse ela em voz baixa.
- Quando é que ele vai embora? - Toby disse com um tom inocente em sua voz trêmula.
Connie abaixou a cabeça e respondeu.
- Eu não sei querido, ele vai ficar conosco, até quando eu não sei.
Toby não respondeu. Ele apenas continuou a olhar para a frente para a parede, segurando seu braço danificado perto de seu peito.
Depois de alguns minutos de silêncio, sua mãe suspirou, inclinou-se para dar um beijo em seu rosto e se levantou, enquanto fechava a porta ela disse
- Boa noite querido.
As horas passavam lentamente, e Toby não conseguia parar se mexer e revirar pela cama. Toda vez que ele estava pegando no sono, ele ouvia o barulho de pneus, os gritos de sua irmã, e ele incontrolavelmente se contorcia na cama de agonia.
Então ele jogou pra fora da cama as cobertas e virou seu rosto para baixo contra o travesseiro. Ele sentia seu peito se enchendo com a força que seu diafragma fazia enquanto ele chorava. Ele ouvia seu próprio choro. Ele pressionou ainda mais seu rosto enquanto gritava lamentando tudo que estava acontecendo.
Após alguns segundos, ele jogou o travesseiro pra fora da cama também e sentou-se, curvado, segurando a cabeça, com lágrimas escorrendo de seus olhos.
Ele não conseguia parar de chorar. Ele tentou se acalmar, mas ele não conseguia parar de tremer, se lamentar e choramingar. Então ele se levantou caminhando para janela do seu quarto, respirando fundo tentando se acalmar.
Ele esfregou os olhos e olhou para os altos pinheiros em frente. De repente ele parou de chorar, quando ele viu que algo que estava sob um poste de luz na rua. Ele ouvia um zumbido nos ouvidos e ele não conseguia desviar o olhar.
A figura estava ao lado do poste de luz na rua, cerca de 2 metros ou até mais, dois braços longos e algumas espécies de tentáculos em suas costas, aquela figura estava olhando para Toby, mesmo que aquilo não tinha olhos. A figura não tinha as características normais em seu rosto. Sem olhos, sem boca, sem nariz, ainda sim Toby ficou meio que hipnotizado olhando sem piscar para ele. O zumbido nos ouvidos ficou mais alto e mais alto a medida que aquela coisa se aproximava, então tudo foi ficou escuro.
Na manhã seguinte, Toby acordou em sua cama. Ele se sentia estranho, ele ainda estava muito cansado, parecia que ele estava deitado ali, acordado por horas. Ele não tinha pensamentos sólidos fluindo por sua mente. Ele se sentou lentamente e tropeçou contra a parede quando tentou se levantar, ele estava muito tonto. Ele cambaleou até a porta e desceu as escadas. Seus pais estavam sentados à mesa, seu pai prestava atenção na pequena televisão em cima do balcão, e sua mãe lia o jornal. Ela rapidamente percebeu a presença de Toby se aproximando dela.
- Bom dia dorminhoco, pelo jeito você dormiu tarde de novo. – Disse ela com um grande sorriso no rosto.
Toby lentamente olhou para o relógio e percebeu que já eram 12:30
- Eu preparei seu café da manhã, mas como você não acordou cedo, ele já esfriou, eu até ia te acordar, mas vi que você precisava dormir - a expressão de felicidade saiu do seu rosto quando ela perguntou a Toby. - Você está bem?
Toby caminhou até seu pai. Ele se sentiu como se estivesse sendo controlado, ele não tinha controle sobre suas ações. Ele só conseguia olhar, enquanto seu corpo agia involuntariamente. Ele abriu os braços como se fosse abraçar seu pai, mas seu pai ergueu as mãos empurrando ele contra a parede.
- Não me toque menino! " Gritou ele.
Sua mãe se levantou e gritou
- Não encoste no meu filho! Saia dessa casa! A última coisa que precisamos é de você por perto!
O pai dele saiu, mas voltou mais tarde naquele dia, como se nada tivesse acontecido.
Os dias se passaram, e as coisas continuaram da mesma forma. Connie passava a maior parte de seu tempo a limpeza da casa, e seu grosseiro marido só resmungava por tudo, todo dia eles discutiam. Era exatamente como costumava ser antes do acidente.
Toby evitava sair do seu quarto. Sentava-se ao lado da cama estremecendo. Só saia de lá quando sua mente o lembrava de comer. Ele ficava andando pelo seu quarto como um animal enjaulado parava um pouco e olhava pela janela. Este ciclo se repetia continuamente.
Connie era agredida várias vezes por seu marido, sendo muito submissa a ele, enquanto Toby ficava em seu quarto.
Em uma dessas tardes, Toby teve mas uns de seus tique nervosos, e sem pesar direito ele começou a mastigar suas mãos, rasgando a carne de seus dedos. Ele iria roer suas mãos até sangrarem. Nesse momento sua mãe entrou no quarto e viu essa cena horrível, a primeiro momento ela não sabia o que fazer. Então ela desceu as escadas e pegou o kit de primeiros socorros e enfaixou seu braço. Nesse momento ela prometeu a si mesma que não deixaria ele sozinho novamente.
Então ele se isolou novamente em seu quarto e passou a odiar todas pessoas que tentavam se aproximar dele. Sua memória começou a ser afetada. Ele não se lembrava de coisas que havia acontecido há alguns segundos, minutos, horas, dias e assim por diante. Ele também começou a falar um monte de bobagens, sobre coisas completamente absurdas. Ele dizia ver coisas, disse haver tubarões em sua na pia enquanto lavava os pratos, ouvia grilos em seus travesseiros, e via fantasmas do lado de fora da janela do seu quarto.
Sua mãe ficou muito preocupada com sua saúde mental, ela decidiu que seria bom leva-lo para falar com um profissional sobre o que ele estava sentindo.
Connie e Toby entraram no edifício, segurando sua mão ela guio seu filho até a recepção.
-Sra. Rogers? - A moça atrás do balcão perguntou.
- Sim, sou eu - Connie balançou a cabeça - Estamos aqui para ver o doutor Oliver, eu estou aqui com Toby Rogers.
- Sim, por aqui – Disse a atendente levantando-se e acompanhado Connie e Toby para um longo corredor. Toby olhava para a obras de arte emolduradas pelos corredores e em sintonia com o som dos saltos altos da senhora no chão de madeira dura. Ela abriu a porta para uma sala com uma mesa e duas cadeiras.
- Podem se sentar e ficar à vontade, vou chamar a Dr. Oliver - Ela sorriu e segurou a porta aberta.
Toby caminhou na sala e sentou-se à mesa. Ele olhou para sua mãe e para moça do balcão antes dela fechar a porta lentamente.
Ele estava agoniado com suas mãos firmemente enfaixadas, então começou a morder as ataduras para tentar desembrulhar suas mãos, mas foi interrompido quando a porta se abriu e uma jovem mulher com um longo vestido preto e branco, e grandes cabelos loiros, ela segurava uma prancheta e uma caneta.
- Você que é o jovem Toby? – perguntou ela com um sorriso.
Toby olhou para ela e balançou a cabeça.
- Prazer em conhecê-lo Toby, meu nome é Doutora Oliver - ela estendeu a mão para cumprimentá-lo, mas percebeu que suas mãos enfaixadas. Então ela puxou uma cadeira, sentando a frente dele.
- Então, vou te fazer algumas perguntas, pode responder com calma, e da forma mais honesta possível, ok? - Ela colocou a prancheta em cima da mesa e Toby acenou com a cabeça.
- Quantos anos você tem Toby?
- 17 – respondeu ele calmamente.
Ela fez uma pequena anotação na folha e fez a próxima pergunta.
- Qual é seu nome completo?
- Toby Erin Rogers.
- Qual a data do seu aniversário?
- 28 de abril.
- Quem são os membros da sua família atualmente?
Toby parou por um minuto antes de responder a pergunta.
- Minha mãe, meu pai, e ... M- minha irmã.
- Eu soube o que aconteceu com sua irmã ... Eu realmente sinto muito - a expressão do rosto da Dra. Oliver foi entristecendo, olhando Toby cheio de compaixão.
- Você se lembra de algo antes do acidente? - Toby desviou o olhar para sala. Sua mente ficou em branco por um momento. Ele olhou para seu colo, e em torno, ele começou a ouvir um som fraco. Seus olhos se arregalaram e ele ficou congelado em seu lugar.
-Toby, Toby você está ouvindo? – perguntou Dra. Oliver.
Toby sentiu um arrepio descer pela sua espinha quando ele olhou para fora da pequena janela através da porta, onde ele viu. Aquela mesma figura, olhando para ele. Toby arregalou os olhos, os sons dos ruídos foram aumentando cada vez mais, até que o grito da doutora fez que Toby acordasse desse transe.
-Toby! - Ela gritou.
Toby deu um pulo que até caiu de sua.
Doutora Oliver levantou-se, segurando prancheta contra o peito. Seus olhos expressavam um olhar de surpresa e medo.
Após um tempo, Toby se acalmou, seus olhos relaxaram e sua respiração já não era ofegante.
Naquela noite, Toby deitou em sua cama. Seus olhos se fechavam lentamente enquanto ele pegava no sono. Quando ouviu um som de passos vindo do corredor. Ele se sentou na cama, olhando para porta aberta. Não havia luz, tudo estava sendo iluminado pelo brilho azul luminescente da lua através de sua janela, deixando uma iluminação fria. Ele se levantou e caminhou lentamente em direção à porta, quando se aproximou da porta, ela se fechou bruscamente, batendo a porta em seu rosto. Ele suspirou e caiu para trás. Ele caiu no chão e começou a respirar pesadamente, seus olhos estavam bem abertos. Ele esperou por alguns segundos antes de se levantar. Ele estendeu a mão e agarrou a maçaneta da porta fria com a mão ainda enfaixada então abriu a porta. Ele olhou para o corredor escuro e foi caminhando silenciosamente.
A janela no final do corredor iluminou a escuridão com a luz da lua azul. Ele podia ouvir os passos farfalhando ao redor dele, e também ouviu um fraco riso, suava como uma criança tinha corrido na frente dele, rindo e correndo por ali. Ele estava caminhando ha algum tempo pelo corredor, quando ele percebeu. Parecia que aquele corredor não havia fim. Ele ouviu um rangido da porta a sua frente.
- M- mamãe - ele disse em voz trêmula.
De repente, a porta atrás dele se fechou ele deu um pulo assustador se virou onde viu que a porta foi fechada. Atrás dele, ele ouviu um gemido estranho e longo que soava como cochichos do lado direito do seu ouvido. Ele se virou tão rápido quanto pode para ficar cara a cara com nada mais que, sua irmã morta.
Os olhos dela estavam totalmente escuros e sua pele pálida, O lado direito de sua mandíbula estava pendurada no rosto pelo tecido muscular de sua pele, um grande pedaço de vidro estacado em sua testa, e sangue, muito sangue negro escorrendo por seu rosto, seu cabelo loiro amarrado para trás em um rabo de cavalo como sempre foi, ela vestia a mesma roupa que usava no dia do acidente elas estavam manchada de sangue. Ela estava apenas uma polegada de distância do rosto de Toby.
Toby caiu de joelhos no chão e com muito medo começou a engatinhar para trás tentando se afastar dela. Ele arrastou-se para trás até que ele encostou em algo.
Ele parou por um segundo. Tudo estava morto em silêncio, exceto por sua pesada respiração e choro. Ele lentamente olhou para cima para encontrar o rosto branco de uma figura alta que estava em cima dele. Atrás dessa figura alta e escura, havia uma fileira de crianças, crianças de 3 a 10 anos, os olhos delas eram completamente negros e lacrimejavam sangue.
Ele gritou, se levantou tão rápido e começou a correr, mas caiu de joelho quando uma espécie de tentáculos enrolou por seu tornozelo. Caído no chão ele tentava gritar para expressar o seu medo, mas não saia um som de sua boca, ele não conseguia gritar.
Toby acordou desesperado. Ele começou a se acalmar quando percebeu que era apenas um pesadelo. Ele colocou a mão no próprio peito sentindo seu coração.
- Foi apenas um sonho .... Apenas um sonho.
Ele se acalmou e voltou a deitar na cama. Era como se um peso enorme estivesse em sua consciência. Ele se levantou e caminhou até sua janela. Ele não viu nada. Ninguém estava lá fora. Nada nem ninguém.
Ele ouviu o farfalhar e tosse de seu pai para fora da porta. Sua porta estava fechada.
Ele se aproximou e abriu-a. Olhando para o corredor mais uma vez. Ele caminhou pelo corredor e entrou na cozinha, onde ele encontrou seu pai em pé e fumando um cigarro em sua sala de estar.
Toby esperou um segundo e observou de todo o canto antes de uma sensação de queimação começar a agir fundo de seu peito.
Ódio, queimação e raiva tomou conta dele. Ele ouviu as pequenas vozes imaginárias em sua cabeça.
"Acabe com isso, acabe com isso, acabe com isso ". Ele se virou e segurou seus braços. Ele sentiu como se ele realmente tinha o controle sobre si mesmo, ao contrário do que fez nas últimas semanas desde que ele chegou em casa do hospital.
Na verdade, ele tinha pensamentos claros por apenas alguns momentos antes de sua mente for obscurecida pelas pequenas vozes em sua cabeça.
"Mate ele, ele não estava lá, ele não estava lá, mate ele, mate ele", as vozes continuaram. Toby tremeu. Não. Não, ele não ia fazer isso. Eles estava ficando louco? Não. Ele não vai matar ninguém. Ele não pode. Ele odiava seu pai, mas não odiava a ponto de matá-lo.
A influência das vozes em sua cabeça era demais. Ele começou a caminhar em silêncio atrás de seu pai. Ele estendeu a mão sobre o balcão e pegou a maior faca que estava lá. Ele firme na mão. Ele sentiu a sensação de assumir o seu peito. Ele soltou uma risadinha. "Hehe ... heheh ... hehehehehe ! HAHAHAHA ! ", Ele começou a rir tanto que que chamou a atenção do seu pai. Ele se virou abruptamente antes que dele sentir uma força bruta empurrá-lo para o chão. Ele grunhiu quando ele foi nocauteado. "O quê!", Ele olhou para o menino que estava em cima dele, agarrando a faca de cozinha na mão. "Toby o que você está fazendo!", Toby foi pegar em seu pescoço, mas seu pai estendeu a mão bloqueado a mão agarrando ele pelo pulso.
- Pare! Saia de mim seu filho da mãe - Ele gritou, e com a outra mão ele jogou um soco para fora do centro do ombro de Toby, mas ele não parou. O olhar nos olhos de Toby não era sensato. Era como se um demônio tinha tomado o controle sobre ele.
Ele gritou de volta e tentou dar uma facada a facada no peito de seu pai, mas novamente foi bloqueado. Seu pai tentava tira-lo de cima dele, mas Toby expôs seus pés na frente dele e conseguiu um duro golpe direto para o seu rosto. Seu pai recuou e puxou seus braços para longe para algemar seu rosto, mas Toby voltou-se e dirigiu a faca diretamente em seu ombro. Seu pai soltou um grande grito e saiu para puxar a faca, mas antes que ele pudesse, Toby jogou seu punho em linha reta em seu rosto.
Ele começou a bater com os punhos em sua cabeça, rindo e respiração ofegante. Ele quebrou o pescoço, pegou a faca e começou a rasgar seu pai arrastando a faca do ombro ao peito e repetidamente esfaqueado em seu torso, o sangue derramando e se espalhado por toda parte. Ele não parou até que o corpo de seu pai parasse de se contorcer.
Ele jogou a faca para o lado e se inclinou sobre seu corpo, tossiu e respiração ofegante. Ele olhou para o seu rosto, até que um grito alto quebrou o silêncio. Ele olhou para ver sua mãe em pé a poucos metros de distância, cobrindo a boca, lágrimas escorrendo de seus olhos.
-Toby - ela gritou - Por que você fez isso? porquê! Toby se levantou e começou a se afastar de cadáver ensanguentado de seu pai. Ele começou a se voltar para fora da cozinha. Ele olhou para as bandagens encharcadas de sangue em suas mãos e olhou para sua mãe uma última vez antes de ele se virar e correr para fora da casa.
Ele correu para garagem e bateu a mão contra o painel de controle na parede e apertou o botão para abrir a porta da garagem. Antes ele pegou dois pequenos machados do seu pai, que tinha sido pendurado na prateleira ferramenta acima de uma mesa cheia de frascos, cheio até a borda com velhos pregos enferrujados e parafusos. Um dos machados era novo, tinha uma alça laranja brilhante e uma lâmina brilhante, o outro era velho com um cabo de madeira e uma lâmina cega.
Ele agarrou os dois e olhou para a mesa e seus olhos encontraram uma caixa de fósforos e debaixo da mesa era um tanque de gasolina vermelho. Ele segurou ambos os machados em uma mão e fez uma trilha de gasolina do tanque até a calçada da rua.
Ao aproximar-se da luz da rua que ele podia ver a sua própria janela do quarto, ouviu as sirenes da polícia para longe. Ele virou-se e as luzes vermelhas e azuis veio correndo pela rua. Toby ficou parado por um segundo, antes que ele abriu a tampa do tanque de gasolina e correu pela rua, derramando gasolina por toda a rua atrás dele e ele se virou para correr para as árvores. Ele derramou a última gota de gasolina enfiou a mão no bolso e tirou um fósforo. Ele bateu contra o caixa e imediatamente deixou cair. Em um instante, as chamas irrompeu em torno dele. O fogo pegou para as árvores e arbustos ao redor dele e antes que ele percebesse, ele também foi cercado pelo fogo. As silhuetas de carros de polícia, era visível através das chamas quando ele recuou para a floresta ao seu redor. Ele olhou ao redor, mas sua visão estava turva, seu coração estava batendo mais forte e ele fechou os olhos por um momento. Era isso. Este foi o fim.
Toby sentiu uma mão em seu ombro. Ele abriu os olhos e olhou para ver uma grande mão branca, com longos dedos ósseos que descansava em seu ombro. Ele seguiu o braço que foi anexado à mão para um vulto escuro imponente. Ele parecia estar vestindo um terno preto escuro, e do rosto estava completamente em branco. Ele elevou-se sobre o corpo pequeno de Toby e olhou para ele. Toby já sabia que era seu fim, ele foi ensurdecido e cercado pelo som de zumbido nos ouvidos. Tudo ficou em branco.
Era isso. Esse foi o fim. E foi assim que Toby Rogers morreu.
Poucas semanas depois, Connie sentou-se na cozinha de sua irmã. A irmã dela, Lori sentou ao lado dela para beber uma xícara de café.
Cerca de três semanas atrás, Connie perdeu seu marido e seu filho e algumas semanas antes, ela perdeu a filha a um acidente de carro. Desde então, ela foi morar com a irmã. A polícia manteve ela sob vigilância até que tinham acabado de solucionar o caso sobre a história tinha sido lançado há duas semanas e as pessoas começaram a deixar de lado a notícia do assassinato e incêndio e se preocupavam com os novos casos.
Lori ligou o TV no canal de noticiário. Na TV o repórter começou a introduzir o novo título.
"Temos notícias de última hora! Ontem à noite, houve um assassinato relatado por 4 indivíduos. Não há suspeitos ainda, mas as vítimas eram um grupo de crianças da escola secundária que estavam na floresta na noite passada. As crianças tinham sido "espancadas" e esfaqueado até a morte. Os pesquisadores descobriram uma arma na cena do crime que parece ser um velho machado de lâmina maçante, como você pode ver aqui "O retratado alterado para mostrar tiros snap da arma exatamente como ele foi deixado na cena do crime."
Os investigadores tinha puxado o nome de um possível suspeito, Toby Rogers, um menino de 17 anos que há algumas semanas tinha esfaqueado o pai até a morte e tentou encobrir sua fuga através da criação de um incêndio nas ruas e na área de floresta ao redor do bairro. Apesar de terem acreditado o menino tinha morrido no incêndio, os investigadores suspeitam que Rogers ainda pode estar vivo, devido ao fato de que seu corpo nunca foi encontrado."
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